sábado, novembro 01, 2008

Pensando Em Desistir?

Por vezes sou questionado com perguntas deste tipo: “você já pensou em desistir?”; “Alguma vez te passou pela cabeça abandonar a fé?”. As pessoas fazem perguntas a partir daquilo que estão sentindo. Quando queremos saber dos outros, na verdade, queremos é entender o funcionamento de nosso próprio coração.
Geralmente respondo a estas pessoas assim: “bem-vindo a raça humana!!!”. Claro que por vezes me sinto profundamente desanimado! Em parte, por minha própria personalidade muito reflexiva e introspectiva. Em parte, por que sou tão humano quanto qualquer um, e críticas desanimam; a falta de compromisso de nossos pares arrefece nosso ardor; a incompreensão e falta de amizade são espinhos que estouram o balão de nossa alegria. Minha bola está ás vezes tão esfacelada que acho que não vai dar nem pra fazer bolinha pequena chupando o pedacinho partido da bexiga colocada sobre o dedo indicador...
Onde reencontro forças? Porque Deus tem me concedido a alegria e fervor renovados de servi-lO por quase 15 anos como pastor e pelo menos 30 anos como cristão? Onde mato minha sede e refaço-me das agruras da vida? Algumas sementes de reflexão que espero lhe sirvam de refresco em meio ao deserto do desânimo:
1) Aprendi a não mudar o rumo quando estou confuso. Os momentos de fraquejo nos deixam desorientados e com vontade de partir. Já escrevi algumas vezes minha carta demissória. Não entreguei. Ajoelhei-me. Entreguei-me. Fui dormir. Na hora da confusão, nada de decisão!!!
2) Aprendi a aceitar meus erros. Por vezes somos os mais cruéis algozes com nossos próprios erros. Trancamo-nos na masmorra da culpa e açoitamo-nos com o chicote da intolerância. Sangramos lamento. Nascem fístulas de ódio de si mesmo. Erro de verdade é só aquele com o qual nada aprendemos. Aprendeu algo? Foi lição, aula de vida...não se leve tão a sério!
3) Aprendi a descansar quanto aos resultados. As pessoas querem sempre mais. Somos o tempo todo medidos por desempenho. Já ouvi muito a frase: “mas eu tive um pastor que não era assim” ou “na minha outra igreja fazíamos de outro jeito”. Atingir as expectativas de todos é suicídio da personalidade. Cristo age de mil maneiras. A graça é multiforme. Deus é quem nos julga. Faça a sua parte. A graça completará o serviço.
4) Aprendi a perdoar. Quando estamos frágeis ficamos também mais melindrosos. É verdade que as pessoas nos machucam, falam coisas tolas e injustas. É assim mesmo. São tão pecadores como você e eu. Também ofendi muito a Deus, e a outros. Abrir mão do rancor faz a alegria renascer em nosso peito. Livre-se dos andrajos da amargura. Coloque a roupa nova e limpa do amor incondicional. Perdoe, perdoe, perdoe...viva!
5) Aprendi que felicidade é o jeito como se vai. Mais importante que os resultados, é o processo. Ás vezes torcemos tanto para que um momento chegue, mas algo dá errado, e nosso ideal desce pelo ralo. Felicidade é o somatório dos bons momentos. Curta a graça nos detalhes: “O dia pode tá ruim, mas que café gostoso!”; “O projeto não deu certo, mas demos boas risadas”; “Ainda não temos casa própria, mas que sorriso lindo minha esposa tem”. Quem marca data pra ser feliz vai estar sempre correndo atrás do prejuízo cobrado na fatura da insatisfação.
Aprendi, enfim, que o desânimo é passageiro e a graça de Deus é o que perdura. Quem chuta o balde sem pensar acaba fazendo besteira e perdendo o bonde de Deus na própria vida. Deixar a fé? Como disse o nosso querido Pedrão: “Para quem iremos nós? Só Tu tens as palavras de vida eterna!”. Perseverar é um hábito que a mente aprende motivada pela fé. Aprender a perseverar na vida cristã, é recusar-se a deixar o caminho de Jesus. Caiu? Levanta! A graça nos conduzirá se firmarmos nossos passos, com a amizade dos irmãos e os olhos fitos no autor e consumador de nossa fé: Jesus Cristo de Nazaré!!!

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